quinta-feira, 5 de maio de 2011

Bio of Sandokas

How do you become a smuggler? Specially a smuggler working for the Republic, doing a piracy job against the Empire here and there? One thing is certain, you can't do it alone. You were not born with a spaceship in your hands. Or were you?
Sandokas is a male human resembling. Little is known from his origin, and he likes it that way.
One thing is certain about him, Sandokas is not his real name. His friends call him Sando. He used to call his dog Sando, but they don't know. He doesn't let them know. It helps remind him to trust noone. Or almost noone. His crew saved his life so many times that he lost track. And so what? Given the right circunstances wouldn't they betray him for the right amount of credits?
Sandokas likes to dress fancy. Retro fancy. Black army boots to the knee. Light Echani black armor. Black long cloak without a hood so he won't be confused for a Jedi. black, black, grey or black. Even his weapon, custom made somewhere in the outer regions of the galaxy. Must have costed a fortune. A fortune but probably for someone else. Taken from a rich refugee body on one of his voyages, or part of the ransom for an important business man of the Empire? In truth it could have been his family heritage, for all we know.
What we know is the color of his eyes, if it is his real eyes. Echani blue. But the man doesn't seem an Echani. He doesn't seek combat at all while he concentrates his gaze on the drink in his hand and seems to quietly leave his body in meditation, alien to his surroundings.
Age? Under 30 for sure. Dark hair, long and curly. Deep eyebrows give him a somewhat intimidating look.
Now, we could keep describing his outer shell for all it's worth. It would only reveal a reserved man with refined taste. But it's from his ship and crew we can learn much more about his personallity.
But this is matter of discussion for another time...

http://thesdi.enjin.com/forum/m/1214666/viewthread/700051-bio-sandokas

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dia Nublado

O sol não parece ter nascido hoje.
Hoje não parece ter acordado a rainha dos seus domínios, domínios de longe e alto alcance, terras de cultivo fartas e verdejantes que constantemente contrastam com o céu.
O céu que hoje está tão escuro como terra profunda revirada pela foice.
Não há pássaro que cante , galo que levante ou corvo que agoire.
Sente-se a inercia no ar pesado e húmido. Força as pestanas a colar e a melar.

O quarto está abafado mas não tanto que não se possa respirar, aconchegado e viciado misturado com sonhos ora deliciosos ora maliciosos, troca entre os pesadelos e os desejos quando estes se tornam intensos demais.
O rei sonha com conquistas em outros mundos, o seu pajem sonha com outros desejos, o ministro sonha com as arábias, a rainha não sonha.
A rainha não consegue sonhar, não consegue ficar totalmente consciente, como se de coma tratasse.
A meio da noite a rainha perdeu o seu reino, perdeu o seu príncipe, perdeu a esperança, perdeu a vontade e ficou com o medo. Ficou com a paisagem que hoje reina sobre o seu reino, apenas isso visualizava, apenas isso e nem isso conseguia discernir muito bem. Sentia-se cá e lá, drogada, ensonada, sem forças, parecia que não se conseguia mover se tivesse movimento algum.

Por ironia o desconhecido mandou mais uma surpresa, um viajante passa naquela cidade com maneiras de descansar de uma peregrinação á vida. O seu desejo era conhecer outras terras, outros lares e maneiras de viver.
Encontrou a vila dormente e assim que entrou sentiu-se cansado. Não sentiu nada de estranho, tinha sido uma viagem longa e atribulada com a chuva do norte. As nuvens seguiam-lhe o caminho e por fim mais rápido que ele, fugiram para parar naquele local. De facto tinha cessado o vento e ficou uma humidade doentia a pairar por ali.
Mesmo assim deu uma volta pela cidade não achando ninguém nas ruas apenas os animais. que estavam sossegados na praça publica ou encostados nas estradas, todos poeirentos e sem nexo, simplesmente estando por ali.
A estalagem que o acomodou não tinha recepção, na entrada alguns dormiam nas cadeiras no bar dormiam sobre o balcão, alguns nem na cama estavam a dormir, estavam no chão...
Mas que praga deve ser esta!, pensou, nunca vi nada assim. Mas ao passo que ficava intrigado e assustado também ficava ensonado.
Tentou sair do lugar o mais rápido que conseguia. sentia-se cada vez mais cansado, largou a espada, largou a mala, largou a capa mas esmoreceu pouco depois da entrada da cidade e começou a ficar quente e com os olhos colados e os membros sem força, forçado a dormir.
Mas os sonhos deste eram grandes e poderosos e sonhou como nunca tinha sonhado e por sítios onde não tinha passado.
Sonhou com uma rainha que não conseguia mexer-se e que olhava para ele como se tratasse de uma parede. Ele tentava falar com ela mas ela não lhe respondia. Sentiu que ela estava presa mas não a ouvia falar e sabia o que ela queria. sentia que estava com o tempo a acabar e quanto mais se aproximava dela para a puxar da sala onde estava mais longe o chão parecia. Tudo o que ele conseguia ver estava a ficar escuro. Ele já não a conseguia puxar, já não tinha alcance e ela sem querer querendo deu um passo em frente e depois outro e agarrou a mão dele e ele puxou levemente ao que o quarto foi arrastado num ápice para longe deles e ele soltou a mão e foi arrastado para dentro do quarto onde ela tivera estado, desaparecendo.

Ela acordou devagar e estava no meio das ervas molhadas. E todos os outros conseguiram acordar e continuaram sem perceber o que tinha sucedido. Ela corre até ao palácio, tenta abrir as portas do seu quarto e não consegue. Muitos outros tentam e não conseguem.
durante muitos anos O reino continuou bem sucedido porque a lenda ter-se ia espalhado e mutado criando uma sombra de protecção sobre o sitio.
Até o dia em que foi atacada e o palácio abandonado e a porta deixada em paz e o murmúrio silenciado.

Um dia novamente nublado a porta abriu-se e ninguém assistiu ao homem cansado, velho e barbudo que viajara mais do que alguém alguma vez viajou e mais sábio do que alguém alguma vez tentou, conseguindo ficar vivo durante todo aquele tempo sonhando, por fim descansar no sono no qual todos finalmente descansam olhando pela ultima vez a mesma paisagem do ínicio.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O primeiro dia

Sonho alto, estou numa montanha que mais parece um planalto.
Sonho algo do qual não me vou lembrar quando voltar à cama de manhã.
Eis que tudo é plano até onde o meu olhar alcança e tudo nesta escola cheira a desespero.
Entro no primeiro dia de aulas (é sempre o primeiro). Não me deixam entrar porque algo apitou à entrada. O meu Mp3 é demasiado metálico ou simplesmente é proibido dentro da sala de aula.
Esta escola é grande e a minha expectativa é incerteza. Não encontro horários afixados, não sei porque soa assim que entro o toque de entrada. Sabia que tinha tempo para vir procurar informações e assim que tento falar com alguém, a única pessoa que conheço é aquele que gozou comigo na entrada e oferece-me um lugar ao lado dele na carteira dele bem atrás no canto da sala ao ar livre.
Não sei se é a minha aula, mas pelo menos a esta já não tenho falta, posso sempre dizer que me enganei. Escondo a cabeça entre os braços flectidos sobre o tampo da mesa. Sinto que estou num cubículo como quando costumo guardar os brincos dentro de uma caixa de tampa de vidro. Olho para o tampo aberto e noto que não tem vidro, só a moldura.
A professora dá a volta à turma com os olhos para perceber quem é novo e quem já é do outro ano e olha para uma silhueta curvada por trás de umas quantas cabeças, a minha. O Rapaz Audaz tenta distrair a sua atenção mas os nossos olhos cruzam-se. Tento em vão meter a cabeça debaixo da mesa mas estou demasiado apertada para caber, quanto mais para acrobacias. Salva pela Directora. Como é que eu sei que é Directora? Acho que se vestem todas de igual....
Esta vem mostrar à turma a nova inovação da escola, um projector magalhães....
"Óptimo..." :-P Lá vêm os trabalho em “.pps” para entregar no fim de cada semestre.
Muito entusiasmada olha para a turma e pede um voluntário e eu ofereço-me (eu ofereço-me???), pois enfim, a saga agora é saber como de liga aquilo.

O dia põe-se bastante cinzento lá fora e para compôr a paisagem transformei agora todos os alunos em ingleses, assim que me viro para ver o que está a ser projectado dentro da sala.
A aula acaba rápido, não me lembro de como saí da sala, desse plano para a rua é imediata a transição.
Ao meu lado vislumbro três raparigas que juntas agarram-se umas às outras e levam com um balde de água do primeiro andar.
É como se o exterior fosse um corredor enorme, entre dois prédios compridíssimos de um andar, virados para um pátio. Nesse pátio ainda estavam construídos uns bunkers-apartamentosno meio.
Estas raparigas mudavam-se para a próxima varanda e levavam com o próximo balde das varandas ligadas.
Chegou o que parece ser o último balde de duas delas. Desgastadas, parecendo cambalear pelo corredor a fora, tremendo de frio, seguindo agarradas umas á outra. A terceira que estava de costas continuou porém. Tinha de receber ainda mais.

É esguia e bem formada. Cabelo negro e branco pintado e irreverente, olhos pintados, expressão de aborrecimento. Quando se curva retira um charuto da bolsa interior do colete para apenas segurar nos dedos como se fosse um político celebrando as tragédias dos outros, ou como se as suas palmas viradas aos céus pudessem vislumbrar a justiça que faria com elas aos transgressores que se divertiam, como se este fosse mais um dia de guerra e que férias e aulas não significassem nada. Percebo, ao olhar pelo corredor uma segunda vez , que este é mais comprido do que os meus olhos alcançam e que mais parece uma prisão e que todas as divisões são comprimidas prisões sem barras. Uma prisão de adultas-crianças que atrofiam num lugar ao mesmo tempo espaçoso e fechado.
Ela olha para mim durante o relance de olhar para cima, pausa, fecha os olhos.
Leva com outro balde de algo que agora já não parece água mas que é turvo e substancial.

Pergunto ao Rapaz Audaz porque é que ela está a receber de mãos abertas o que parece castigo? O rapaz responde que aqui não se fazem perguntas sobre esse tipo de coisas estranhas. Se é castigo é merecido. Se é de mão abertas é porque é reconhecido como dever.

Outro rapaz, contente com uma ideia que teve ou que lhe foi dada, entra dentro da casa atrás da moça, no meio do pátio e sai de lá com um isqueiro, acende o charuto.
Olham-se os dois, ela afasta-se imediatamente como se tivesse planeado aquilo tudo.
O charuto arde demasiado rápido nos seus dedos e em espaço de segundos ela atira as cinzas para cima dele e o seu braço começa a ser consumido e a deitar fumo negro.

Ela desaparece, ele não arde, consome-se, fica negro e paralisa. O Rapaz Audaz não se ouve. A Directora parece que está a preparar-se para a deixa final, não se vê.

Eu grito para que ele se deite e role no chão mas ele cai sobre os restos do balde que em nada parecem afectar o efeito das cinzas do charuto. Parece que mesmo que lhe deitássemos água ela não seguiria penetrar e apagar este efeito consumidor. Os fluidos dele começam a vir à tona da pele e a misturar-se com as cinzas. Ao se misturarem adquirem um efeito muito corrosivo e vê-se uma linha na barriga dele que começa a corroer uma entrada. Nesta altura nem consigo mexer-me, digo para que não se mexa mas é tarde demais porque não ouve de tanta comichão, abre-se em dois e já nem sangue se nota, apenas os órgãos atrofiados e negros ao passo que ele deixa de respirar e tudo o que tinha dentro vê-se de fora.

Eu começo a chorar violentamente.

Um homem muito alto vem ao encontro do acontecimento. A directora, as contínuas e mais gente porém ficam a uma distância razoável. Perguntam-se que ele tinha desmaiado e eu respondi que ele estava morto em grande choro e descontrolo.

Consolam-me.

O senhor manda colocar uma cobertura sobre o cadáver e instrui para que não se toque o toque de saída até que o morto fosse coberto e a área delimitada à curiosidade dos alunos.

Algures atrás ouvem-se vozes dizer que nunca o Ritual tinha descontrolado nisto…

Ouvem-se berros, gritinhos, espanto e a chuva que acabou por não vir a trovejar longe dali…

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Viagem a marte (I)

Viajar dá trabalho. Não é só uma questão de realmente chegar lá. Raras vezes terás de despender tu próprio o esforço físico total que te levará a chegar a algum lado. Especialmente hoje em dia, andar a pé tornou-se algo que as pessoas apenas efectuam quando não querem sair do mesmo sítio. Isto é, para os fundamentalistas, aqueles malucos que acham que as incubadoras eléctro-musculares são "desnaturais".

Não há nada desnatural em querer ter um corpo perfeito com o mínimo esforço. O facto de todos terem um corpo perfeito não significa que sejam todos iguais. Ser careca não é defeito, o defeito é não poder deixar de ser careca. Hoje em dia qualquer cabeleireiro pode implantar ou desarraigar da epiderme uma variedade - em cor, tamanho e feitio - de pilosidades naturais, incubadas em laboratório.

Mas andar na rua, isso estaria fora de questão. Mesmo que colocássemos de parte as dificuldades fisiológicas (a parafernália de equipamentos, a quantidade de testes e vacinas para sobreviver nesse ambiente hostil de alta radiação e doenças propagadas pelos micro-mutantes, sem falar na dificuldade que teríamos em obter permissão das autoridades, e o facto de que duvido que hajam saídas funcionais para a atmosfera, etc..) quem quereria sair para a rua? O que poderia pensar ganhar com isso que não a terminação antecipada da sua existência e o reprovar de toda uma sociedade.

Viajar dá trabalho porque requer preparação. Seria de esperar que com todas as revoluções que a indústria pessoal de materialização trouxe, a quantidade de objectos que chamamos nossos tendesse a diminuir. Pura ilusão. Se é verdade que podemos gravar as características de certos objectos e reproduzi-los noutros lugares na perfeição (meu Deus, como seria possível viajar de outra forma?), a verdade é que isso apenas aumentou exponencialmente a quantidade de objectos de que dispomos no dia-a-dia. Invejo aquelas criaturas que conseguem abdicar completamente do armazenamento de objectos, criando e desfazendo-se deles consoante a necessidade. No entanto, quem poderia fazer semelhante coisa a não ser que fosse extremamente rico? Sem falar na pegada energética que estaria a gerar, pois a síntese espontânea é muito exigente energeticamente, e todos sabemos que as fontes de energia renovável são limitadas.

Não, nem mesmo os ricos abdicam do armazenamento de matéria, por muita energia que possam comprar. A quantidade de bens que depositamos no servidor central não podem substituir os objectos que realmente possuímos, que usamos e amámos. Envelhecemos com os objectos, eles desgastam-se connosco e deixam a marca da nossa passagem muito tempo depois da nossa memória no servidor ser apagada. Os objectos com que nos rodeamos marcam muito mais aquilo que somos do que os objectos que fomos adquirindo em disco. Todos nós já sofremos perdas por upgrades, deterioração, falhas de backups ou mudamos de serviços de armazém electrónico. Habitualmente mais de metade desses objectos estavam obsoletos e quando precisava de um objecto antigo que pudesse materializar, era mais fácil procurar um novo e comprar o último modelo, compatível com os interfaces de reprodução.

Mas aqueles objectos antigos, aqueles que guardas e te rodeiam, que envelhecem contigo. Aqueles objectos dos quais nunca abdicaste. Esses são os objectos que marcam a tua personalidade, a tua vida, e explicam ao vazio quem tu és.

Catalogar, arrumar, proteger, embalar, transportar a tua vida material contigo, esse é o verdadeiro desafio de quem viaja. Marte é só um destino como outro qualquer.